quinta-feira, 12 de março de 2015
Soneto - Augusto dos Anjos
Soneto
Ao meu prezado irmão
Alexandre Júnior
pelas nove primaveras
que hoje completou.
Canta no espaço a passarada e canta
Dentro do peito o coração contente.
Tu’alma ri-se descuidosamente,
Minh’alma alegre no teu rir s’encanta.
Irmão querido, bom Papá, consente
Que neste dia de ventura tanta
Vá, num abraço de ternura santa,
Mostrar-te o afeto que meu peito sente.
Somente assim festejarei teus anos;
Enquanto outros que podem, dão-te enganos,
Jóias, bonecos de formoso busto,
Eu só encontro no primor de rima
A justa oferta, a jóia que te exprima
O amor fraterno do teu mano
Augusto.
Em 28 de abril de 1901
Augusto dos Anjos
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