domingo, 1 de junho de 2014

estéril - líria porto



estéril

a minha fonte secou
só lhe peço um copo d'água
não há um pingo de orvalho
vida poeira essa vida

não há flores no jardim
minhas palavras murcharam-se
o riso se evaporou
ficou tão crespa a minha alma

plantara tanta ilusão
meus sonhos se desfolharam
já chorei todas as lágrimas
pobres – meus olhos ardem

reclamo um pouco de tudo
e só me resta a mortalha
embrulhada no cantinho
da prateleira do nada

*líria porto

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