domingo, 27 de julho de 2014

Cantiga do Só - J.G. de Araújo Jorge



Cantiga do Só

Sem papel
escreveria como Anchieta à Virgem
nas areias brancas.

Sem praias, rabiscaria as paredes
ou riscaria o chão.
Sem chão, em suspenso, no espaço,
sem nada ver, sem nada encontrar,
ainda assim eu comporia
no ar,
no coração.

Se penso, ou sinto,
a emoção é palavra
e o silêncio é canção
ou hino.

- Que fazer?
É o meu destino.

JG de Araújo Jorge



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